Partindo do étimo da palavra” educar” Agostinho da Silva explicava que tudo aquilo que a criança precisa de aprender já está dentro dela própria. Vergílio Ferreira disse, inclusivamente, que “ ninguém nos ensina nada. Só se consegue aprender o que nos não interessa. Porque o que é do nosso fundo destino, somo-lo: se alguém no-lo ensinou não demos conta disso”. A mim, agrada-me a imagem do bloco de granito disforme, de dentro do qual sai a fascinante escultura pela mão do artista.
Cabe-nos, pois, a tarefa difícil de, sub-repticiamente, fazer emergir, na íntegra, o que já se consegue antever; a tarefa artística de fazer com que, em vez de um boneco patético e risível, de dentro destes potenciais diamantes, saia uma escultura perfeita e a obra de arte se manifeste.
Quem tem, entre mãos, as “pérolas” que venceram a componente de “ Leitura Expressiva” do “Concurso Literário” tem também uma enorme responsabilidade: a de não deixar que se percam na “ vida imediata, quotidiana [nesta] selva de caminhos, de veredas, de confusa vegetação”, a de não deixar apagar-se aquela chama genial que me fez arrepiar de comoção!
Parabéns aos participantes!
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