quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Teoria da Inteligência criadora

Se o negócio proporcionado aos editores e livreiros que, muito amavelmente, colocam muitos dos seus livros à nossa disposição para que os mostremos e desejavelmente vendamos, numa qualquer feira do livro, de uma qualquer pequena escola, não for suficientemente rentável, esta será, ainda assim, de uma enorme utilidade que, por vezes, só se manifestará a longo prazo, quer para os leitores, quer para os próprios livreiros...
Numa das já numerosas feiras do livro que a nossa escola organizou,“tropecei” num livro desconhecido de um autor também lamentavelmente desconhecido na altura, cujo título me fascinou. Estimulou de tal forma a minha curiosidade de leitora, de educadora e de psicóloga de horas vagas que o comprei. Nele, descobri verdades daquelas que calam fundo e que contribuem para a recuperação da nossa inocência essencial, daquela parte de nós que se perdeu nos tempos do consumo desenfreado de bens materiais e degradáveis e que não recuperámos mais, por nos faltarem momentos de silêncio e de encontro connosco próprios.
Neste livro, que, não só os educadores como todos os apreciadores da criação deveriam ler, encontrei a forma que procuro sem cessar para ideias até aqui inexprimíveis, como por exemplo, as contidas nas citações que se seguem:
“ A carência radical do ser humano, a sua inevitável condição de prematuramente nascido, exige a elaboração de uma nova noção de pessoa em que os outros homens têm uma função catalizadora.”
“Apenas [a consciência] nos relaciona com a existência. Por isso não podemos abandoná-la.”
“ A realidade em bruto não é habitável: é preciso dar-lhe significados, segmentá-la, dividi-la em áreas e consruir passagens e relações para ir de uma a outra área”
“ A vistosa cúpula da criação livre tem os seus alicerces na invisível argamassa dos automatismos.”
“ A nossa agilidade radica-se em rotinas estáveis. Os bailarinos podem converter-se em organismos habitados pelo pensamento da música, porque previamente desenvolveram em si próprios um corpo expressivo no ginásio”
MARINA, José António,Teoria da Inteligência Criadora

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