quinta-feira, 10 de novembro de 2011

terça-feira, 1 de novembro de 2011

BIBLIOTECAS

“Não se tem uma biblioteca para arrumar os livros que se leram, mas para guardar aqueles que é preciso ler.“



Umberto Eco

OUTUBRO

OUTUBRO

Em Outubro sê prudente: guarda pão, guarda semente.


Em Outubro, o fogo ao rubro.

Em Outubro, paga tudo.

Logo que Outubro venha, procura a lenha.

Outubro meio chuvoso, torna o lavrador venturoso.

Outubro quente traz o diabo no ventre.

Outubro suão, negaças de Verão.

Quando Outubro for erveiro, Guarda para Março o palheiro.

Se em Outubro te sentires gelado, lembra-te do gado.

Simão (Outubro) favas no chão.

SETEMBRO

SETEMBRO

Agosto tem a culpa, e Setembro leva a fruta.


Em Setembro, ardem os montes, secam-se as fontes.

Nuvens em Setembro: chuva em Novembro e neve em Dezembro.

Setembro, ou seca as fontes ou leva as pontes.

JULHO E AGOSTO

AGOSTO

Agosto tem a culpa, e Setembro leva a fruta.

Em Agosto, antes vinagre do que mosto.

Em Agosto, nem vinho nem mosto.

Em Agosto, Sardinhas e mosto.

Em Fevereiro, chuva; em Agosto, uva.

Luar de Janeiro não tem parceiro; mas lá vem o de Agosto que lhe dá no rosto.

Não é bom o mosto colhido em Agosto.

Nem em Agosto caminhar, nem em Dezembro marear.

O mês de Agosto será gaiteiro, se for bonito o 1º de Janeiro.

Por Santa Maria de Agosto repasta a vaca um pouco.

Primeiro de Agosto, primeiro de Inverno.

Quando chove em Agosto, não metas teu dinheiro em mosto.

Quem em Março come sardinha, em Agosto lhe pica a espinha.

Quem não debulha em Agosto, debulha com mau rosto.

Sê em Agosto cuidadoso e aguilhoa o preguiçoso.

Se queres ver o teu marido morto, dá-lhe couves em Agosto.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

JULHO

Água de Julho, no rio não faz barulho.


Deus ajudando vai em Julho mareando.

Julho quente, seco e ventoso, trabalha sem repouso.

Não há maior amigo do que Julho com seu trigo.

Nevoeiro de S. Pedro, põe em Julho o vinho a medo.

Quem em Julho ara e fia, Ouro cria.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

SANTOS POPULARES

JUNHO

• Junho calmoso, ano famoso.


• Junho chuvoso, ano perigoso.

• A chuva de S. João tolhe a vinha e não dá pão.

• Ande o Verão por onde andar pelo S. João há-de chegar.

• Chuva de Junho, mordedura de víbora.

• Chuva de Junho, peçonha do mundo.

• Chuva junhal, fome geral.

• Chuva no S. João, bebe o vinho e come o pão.

• Em Junho abafadiço fica a abelha no cortiço.

• Em Junho ainda a velha esfrega o punho.

• Em Junho foicinha no punho.

• Em Junho, frio como punho.

• Em Junho, perdigoto como punho.

• Exame de Junho nem que seja como punho.

• Galinhas de S. João, no Natal ovos dão.

• Guarda lenha para Abril, pão para Maio e o melhor tição para o S. João.

• Chovam trinta Maios e não chova em Junho.

• Dezembro com Junho ao desafio, traz Janeiro frio.

• Feno alto ou baixo, em Junho é cegado.

• Junho calmoso, ano formoso.

• Junho floreiro, paraíso verdadeiro.

• Junho, dorme-se sobre o punho.

• Junho, foice em punho.

• Maio frio e Junho quente: bom pão, vinho valente.

• Para Junho guarda um toco e uma pinha, e a velha que o dizia guardados os tinha.

• Sol de Junho, madruga muito.

LER/ LEITURAS

LER/ LIVROS

"Ler é sonhar pela mão de outrem"              Fernando Pessoa

"Os livros são o alimento da juventude"                Cícero

" Há muitos, muitissimos leitores que não gostam de ser obrigados a pensar e querem que se lhes diga o quejá sabem, o que já têm pensado."                Miguel de Unamuno

"Os leitores servem-se dos livros como os leitores dos homens. Não vivemos com todos os nossos contemporâneos, escolhemos alguns amigos."              Voltaire

"Ler um livro é, para um bom leitor, conhecer a pessoa e o modo de pensar que lhe é estranho. É procurar compreendê-o e, sempre que possível, fazer dele um amigo."                 Hermann Hesse

" Há pessoas que têm uma biblioteca como os eunucos um harém."             Victor Hugo

SIDDARTHA/ HERMANN HESSE

Siddartha é um livro fantástico. É de uma leitura "leve". É um livro com uma grande lição de vida: ajuda-nos a interpretar melhor o nosso mundo, aquele que nos rodeia; ensina-nos a viver e a amar de forma diferente; ensina-nos a renascer e a começar de novo. Este livro deve ser lido com a alma e o coração, pois só assim conseguimos interpretar a sua verdaddeira essência.

Recomendo este livro a toda a gente porque, de facto, vale a pena lê-lo. Lendo estamos sempre a aprender e com este livro nós aprendemos assaz. Em suma, este livro é uma obra de arte que deve ser lida e vivida com os olhos e o coração.


Juliana Carvalho, 9ºB - EB 2,3 de Toutosa

BICHOS/ MIGUEL TORGA

Miguel Torga um escritor famoso, nasceu em 1907 e faleceu em 1995.


Chamava-se Adolfo Correia da Rocha mas adoptou o pseudónimo de Miguel Torga.

Escreveu muitos livros, tais como:

“Contos da Montanha”, “Fábula de Fábulas”, “O Sexto Dia da Criação do Mundo”, “Fogo Preso”, “Pedras Lavradas”, “Bichos”…

Gostei muito do livro “Bichos” principalmente do conto “Ladino”!

Ladino era um pardal que não queria sair do ninho, e ninguém era como ele, só o padre Gonçalo. Ele atirou-se, bateu as asas e começou a voar. Depois foi pousando como uma pena, até que aterrou no meio de uma meda de centeio.

O Ladino adorou pisar a terra e a mãe dele gostou da aterragem que ele fez.



    Luís Janeiro, Aluno do 3ºano da EB1 de Ladário

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Maio

PROVÉRBIOS DE MAIO

Maio


A ignorância e o vento são do maior atrevimento.


As favas, Maio as dá, Maio as leva.

Boa cepa, Maio a deita.

Chovam trinta Maios e não chova em Junho.

Em Maio queima-se a cereja ao borralho.

Em Maio, já a velha aquece o palácio.

Em Maio, nem à porta de casa saio.

Em princípio de Maio, corre o Lobo e o Veado.

Fiandeira não ficaste, pois em Maio não fiaste.

Guarda o melhor saio para Maio.

Maio couveiro não é vinhateiro.

Maio frio e Junho quente: bom pão, vinho valente.

Maio hortelão, muita palha e pouco grão.

Maio pardo e ventoso faz o ano formoso.

Não há maior amigo do que Julho com seu trigo.

O bom junto ao pequeno fica maior, e junto ao mau fica pior.

Quando Maio chegar, quem não arou tem de arar.

Quanto maior a nau, maior a tormenta.

Quanto mais alto se sobe, maior o trambolhão.

Quem em Abril não varre a eira e em Maio não rega a leira, anda todo o ano em canseira.

Quem em Maio não merenda, aos finados se encomenda.

Quem em Maio relva, não tem pão nem erva.

Tantos dias de geada terá Maio, quantos de nevoeiro teve Fevereiro.

Uma água de Maio e três de Abril valem por mil.

ABRIL


PROVÉRBIOS DE ABRIL

Abril


Abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado.

Abril, Abril, está cheio o covil.

Em Abril águas mil.

Em Abril queima a velha o carro e o carril.

Em Abril, cada pulga dá mil.

Em Abril, lavra as altas, mesmo com água pelo machil.

Em Abril, vai onde deves ir, mas volta ao teu cuvil.

Inverno de Março e seca de Abril, deixam o lavrador a pedir.

Não há mês mais irritado do que Abril zangado.

No princípio ou no fim, costuma Abril a ser ruim.

Quando vem Março ventoso, Abril sai chuvoso.

Quem em Abril não varre a eira e em Maio não rega a leira, anda todo o ano em canseira.

Uma água de Maio e três de Abril valem por mil.

PROVÉRBIOS DE MARÇO

Março


Em Março, esperam-se as rocas e sacham-se as hortas.

Em Março, tanto durmo como faço.

Inverno de Março e seca de Abril, deixam o lavrador a pedir.

Março duvidoso, S. João farinhoso.

Março, marçagão, manhãs de Inverno e tardes de Verão.

Nasce erva em Março, ainda que lhe dêem com um maço.

Páscoa em Março, ou fome ou mortaço.

Poda-me em Janeiro, empa-me em Março e verás o que te faço.

Podar em Março é ser madraço.

Quando em Março arrulha a perdiz, ano feliz.

Quando Outubro for erveiro, Guarda para Março o palheiro.

Quando vem Março ventoso, Abril sai chuvoso.

Quem em Março come sardinha, em Agosto lhe pica a espinha.

Quem poda em Março, vindima no regaço.

Sáveis por S. Marcos (25/04), enchem-se os barcos.

Temporã é a castanha que por Março arrebenta.

PROVÉRBIOS DE MARÇO

Março


Podar em Março é ser madraço.

Em Março, esperam-se as rocas e sacham-se as hortas.

Em Março, tanto durmo como faço.

Inverno de Março e seca de Abril, deixam o lavrador a pedir.

Março duvidoso, S. João farinhoso.

Março, marçagão, manhãs de Inverno e tardes de Verão.

Nasce erva em Março, ainda que lhe dêem com um maço.

Páscoa em Março, ou fome ou mortaço.

Poda-me em Janeiro, limpa-me em Março e verás o que te faço.

Quando em Março arrulha a perdiz, ano feliz.

Quando Outubro for erveiro, guarda para Março o palheiro.

Quando vem Março ventoso, Abril sai chuvoso.

Quem em Março come sardinha, em Agosto lhe pica a espinha.

Quem poda em Março, vindima no regaço.
Temporã é a castanha que por Março arrebenta.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Fevereiro

Fevereiro

Água de Fevereiro, mata o Onzeneiro.


Ao Fevereiro e ao rapaz, perdoa tudo quanto faz.

Aproveite Fevereiro quem folgou em Janeiro.

Em Fevereiro, chega-te ao lameiro.

Em Fevereiro, chuva; em Agosto, uva.

Fevereiro é dia, e logo é Santa Luzia.

Fevereiro enxuto, rói mais pão do que quantos ratos há no mundo.

Fevereiro quente, traz o diabo no ventre.

Fevereiro recouveiro, afaz a perdiz ao poleiro.

Janeiro geoso e Fevereiro chuvoso fazem o ano formoso.

Neve em Fevereiro, presságio de mau celeiro.

O tempo em Fevereiro enganou a Mãe ao soalheiro.

Para parte de Fevereiro, guarda lenha de Quinteiro.

Quando não chove em Fevereiro, nem prados nem centeio.

Tantos dias de geada terá Maio, quantos de nevoeiro teve Fevereiro.

Livros

O Percurso do Primeiro Romance

Marco de Canaveses, 2005-06-08


Ávida de obras-primas, não consigo deixar de olhar, por vezes com algum desdém, os livros que não encaixam no meu próprio conceito de obra-prima, ainda que a sua leitura me tenha proporcionado momentos de prazer, e por vezes tenho alguma relutância em dar-lhes qualquer relevância falando delas.
É este o caso do último livro que li , ao contrário do habitual, sem interrupção, sem o alternar com outras leituras como habitualmente faço, e de que gostei particularmente, já que com ele aprendi alguma coisa.
“ O percurso do Primeiro Romance” , assim se chama o livro de Jean Michel Barrault, que decidi ler porque o título me induziu em erro, serviu, entre outras coisas, para trazer ao consciente uma noção que já existia no meu subconsciente. Sempre tive uma enorme relutância em ler o que os livreiros expõem em primeiro plano, os livros da moda, aqueles que estão na boca de todo o mundo, que são mencionados por jornais e revistas, e cheguei a pensar que era pura mania minha. Confesso até, que este quase preconceito é responsável por eu não ter lido, ainda, qualquer livro do Miguel Sousa Tavares, (a não ser um infantil que ofereceram ao meu filho) ou da Isabel Allende…
A minha desconfiança relativamente à publicidade é tal, que sempre me afastei dos livros que ocupam demasiado espaço em lugares de destaque de demasiados espaços comerciais (só fui abrindo excepção para autores cuja qualidade reconheço porque conheço a sua obra). Daí este meu gosto pela troca de impressões. O maior estímulo que alguma vez tive para efectuar qualquer das minhas leituras, foi sempre a opinião ou o entusiasmo de alguém em cujo gosto confio mais do que no colorido de capas e escaparates.
Como dizia, este livro, cuja estrutura e estilo são, para mim, completamente novos, agradou-me bastante pela sua originalidade e pelo realismo do seu conteúdo, que numa linguagem por vezes muito elegante, outras muito precisa, quase sempre de uma ironia finíssima, expõe, inteligentemente, de forma romanceada, a hipocrisia em que está, actualmente, mergulhado o mundo da literatura; o mundo dos prémios e honrarias; os modos como são forjados alguns best-sellers; as circunstâncias em que alguns escritores são guindados à categoria de estrelas, ao passo que outros são absolutamente ignorados (não tendo esta eleição por base a qualidade dos seus escritos); o modo como funciona os meandros da crítica literária (os clientelismos, as capelinhas mais ou menos influentes), os lobbies das editoras; o modo despudorado como os livreiros nos conduzem as leituras “ obrigando-nos” a consumir determinadas obras…Enfim, também a arte a sofrer do mal dos tempos, deste mundo economicista e interesseiro em que vivemos e o risco que o artista corre de se tornar um mercenário se se deixar “ seduzir pela palha dos estábulos dourados do mundo” e se não for “ afastando com jeito ou força, todos os obstáculos que se levantam (por exemplo, o [seu] sentido de apetência do cómodo” como tão bem disse Agostinho da Silva.
Mesmo considerando que é um livro muito situado no tempo, que será provavelmente esquecido para sempre dentro de alguns anos, penso que contém, mesmo assim, algumas questões intemporais (o romance fala de si próprio, o escritor fala do escritor, a própria linguagem fala da linguagem, o criador fala da criação). Gostei imenso!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Mia Couto, o poeta que conta histórias

Sobre a (in)utilidade da ARTE

A aranha, aquela aranha era tão única: não parava de fazer teias! Fazia-as de todos os tamanhos e formas. Havia, contudo um senão: ela fazia-as, mas não lhes dava utilidade. O bicho repaginava o mundo. Contudo, sempre inacabava as suas obras. Ao fio e ao cabo, ela já amealhava uma porção de teias que só ganhavam senso no rebrilho das manhãs. E dia e noite: dos seus palpos primavam obras, com belezas de cacimbo gotejando, rendas e rendilhados. Tudo sem fim nem finalidade. Todo o bom aracnídeo sabe que a teia cumpre as fatais funções: lençol de núpcias, armadilha de caçador. Todos sabem, menos a nossa aranhinha, em suas distraiçoeiras funções. Para a mãe-aranha aquilo não passava de mau senso. Para quê tanto labor se depois não se dava a indevida aplicação? Mas a jovem aranhiça não fazia ouvidos. E alfaiatava, alfinetava, cegava os nós. Tecia e retecia o fio, entrelaçava e reentrelaçava mais e mais teia. Sem nunca fazer morada em nenhuma. Recusava a utilitária vocação da sua espécie.

- Não faço teias por instinto.
- Então faz porquê?
- Faço por arte.
Benzia-se a mãe, rezava o pai. Mas nem com preces. A filha saiu pelo mundo em ofício de infinita teceloa. E em cantos e recantos deixava a sua marca, o engenho da sua seda. Os pais, após concertação, a mandaram chamar. A mãe:
- Minha filha, quando é que assenta as patas na parede?
E o pai:
- Já eu me vejo em palpos de mim…
Em choro múltiplo, a mãe limpou as lágrimas dos muitos olhos enquanto disse:
- Estamos recebendo queixas do aranhal.
- O que é que dizem, mãe?
- Dizem que isso só pode ser doença apanhada de outras criaturas.
Até que se decidiram: a jovem aranha tinha que ser reconduzida aos seus mandos genéticos. Aquele devaneio seria causado por falta de namorado. A moça seria até virgem, não tendo nunca digerido um machito. E organizaram um amoroso encontro. - Vai ver que custa menos que engolir mosca – disse a mãe.
E aconteceu. Contudo, ao invés de devorar o singelo namorador, a aranha namorou e ficou enamorada. Os dois deram-se os apêndices a dançaram ao som de uma brisa que fazia vibrar a teia. Ou seria a teia que fazia vibrar a brisa?
A aranhiça levou o namorado a visitar a sua colecção de teias, ele que escolhesse uma, ficaria prova do seu amor.
A família desiludida consultou o Deus dos bichos, para reclamar da fabricação daquele espécime. Uma aranha assim, com mania de gente? Na sua alta teia, o Deus dos bichos quis saber o que poderia fazer. Pediram que ela transitasse para humana. E assim sucedeu: num golpe divino, a aranha foi convertida em pessoa. Quando ela, já transfigurada, se apresentou no mundo dos humanos logo lhe exigiram a imediata identificação. Quem era, o que fazia?
- Faço arte.
- Arte?
E os humanos se entreolharam, intrigados. Desconheciam o que fosse arte. Em que consistia? Até que um, mais velho, se lembrou. Que houvera um tempo, em tempos de que já se perdera a memória, em que alguns se ocupavam de tais improdutivos afazeres. Felizmente, isso tinha acabado, e os poucos que teimavam em criar esses pouco rentáveis produtos – chamados de obras de arte – tinham sido geneticamente transmutados em bichos. Não se lembrava bem em que bichos. Aranhas, ao que parece.

Mia Couto in O Fio Das Missangas

Ghandi- um homem imprescindível

Porque desistimos de lutar pela nossa dignidade??!!

Há homens que lutam um dia, e são bons. Há outros que lutam um ano, e são melhores. Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons. Porém há os que lutam toda a vida. Estes são os imprescindíveis.


B. Brecht

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Guardo todas as pedras...

A felicidade exige valentia

” Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

 
Fernando Pessoa

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ler é um desafio



Casa-biblioteca - do pedreiro sergipano Evando dos Santos - Biblioteca Comunitária Tobias Barreto, no Rio de Janeiro.

Ler é um investimento

Esta Aldeia Global em que vivemos e consequente excesso de informação em que nos encontramos mergulhados, o desafio das novas tecnologias e o consequente ritmo acelerado a que as mudanças nos vão assaltando, o risco de consolidar uma cultura, já instalada, do efémero, exigem de nós uma mudança radical e urgente de atitude face a quase tudo.
Para esta nova realidade é importantíssimo que se comece a preparar desde já uma nova mentalidade.
Cabe-nos essa árdua tarefa de longo prazo de preparar as gerações que nos foram confiadas para este mundo muito mais competitivo, no qual imperam todas as formas de manipulação. Cabe-nos muni-los de instrumentos de sobrevivência, abrindo-lhes as portas que lhes facultem o acesso à informação, “ abrindo-lhes os olhos” para os perigos que os espreitam, abrindo-lhes o espírito para um mundo de cidadãos, um mundo de direitos e deveres , em cuja harmonia cada um tem um papel preponderante.
Sendo a informação o primeiro direito e o primeiro dever de todos os intervenientes no processo educativo,
esta nova perspectiva da informação como direito e dever é já ponto assente para todas as pessoas envolvidas no Projecto da Rede de Bibliotecas Escolares.
Assim, para além da  tarefa necessária, indispensável e hercúlea de organização e catalogação de documentos,sem a qual a sua recuperação imediata seria impossível, e da elaboração de materiais de apoio á sua melhor rentabilização, temo-nos dedicado de alma e coração às estimulantes actividades de divulgação de cultura,  de fomento do gosto pelo saber,de desenvolvimento da criatividade e do sentido de apreciação estética porque acreditamos cegamente que " Ler é um investimento. Ler é um desafio".

Fernando Pessoa

Poesias de Fernando Pessoa

Houve um ritmo no meu sono. Quando acordei o perdi. Porque saí do abandono De mim mesmo, em que vivi? Não sei que era o que não era. Sei que suave me embalou, Como se o embalar quisera Tornar-me outra vez quem sou. Houve uma música finda Quando acordei de a sonhar. Mas não morreu: dura ainda No que me faz não pensar.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Prontuário de Termos Locais

Morfar

Campo a velho

Monco

Lêndeas

Côdeas

Molete

Sêmea

Rufadinhas

Rosca

Bicos de pato

Mocho (banco)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

"Chicotadas de luz"

Miguel Torga

"Os poetas são como os faróis: dão chicotadas de luz à escuridão."

O Paraíso segundo Borges de Gabriel Caprav

Jorge Luís Borges

"Tenho a suspeita que a espécie humana - a única - está prestes a extinguir-se e que a Biblioteca perdurará: iluminada, solitária, infinita, perfeitamente imóvel, armada de volumes preciosos, inútil, incorruptível, secreta."

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O Pôr do Sol

O pôr-do-sol





Era uma vez um menino que vivia junto à foz do rio Douro.

O menino chamava-se Francisco. Todos os dias o Francisco ia à foz ver espectáculos.

O Francisco às vezes ia ver o pôr-do-sol, ia ao Sea-Life e gostava de andar de bicicleta e jogar às cartas.

Um dia o Francisco encontrou um menino.

O Francisco disse:

- Como te chamas?

E o menino respondeu:

- Eu chamo-me Luís.

Um dia encontrou o Luís outra vez e perguntou-lhe:

- Queres vir comigo ver o pôr-do-sol?

E o Luís respondeu:

- Sim, quero ir.

Ao anoitecer lá foram eles ver o pôr-do-sol.

E o Luís disse:

- Que bonito!



David, 6 anos, 2º ano, EB1 de Outeiro

Uma Casa na Praia

A Casa na Praia

A casa na praia




Era uma vez uma casa frente ao mar. Lá vivia um menino, de cabelos negros. Todos os dias ele ia ao mar.

A praia é linda tem muita areia dourada e ainda tem um mar lindo!!!

O menino vai brincar à praia. Lá joga ténis de praia, faz corridas e jogo futebol de praia.

Na praia encontrou o amigo Daniel.

O menino disse ao Daniel:

- Tu queres vir a minha casa?

O Daniel respondeu:

- Sim eu quero.

Na casa brincaram com os carros depois foram comer.

- Hoje vamos comer fora. Disse a mãe.

Foram comer ao restaurante “À Beira Mar”.

Comeram batatas cozidas com salada e truta. A sobremesa foi ananás.

No fim do jantar despediram-se e prometeram encontrar-se na sexta-feira.



David, 6 anos, 2º ano, EB1 de Outeiro

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Antero de Quental

Antero de Quental

“ Nunca literatura alguma teve a obrigação de ser elevada, grave, séria, desambiciosa, como a literatura deste povo decadente.”  

Janeiro

Janeiro

A Pescada de Janeiro, vale um carneiro.

Aproveite Fevereiro quem folgou em Janeiro.

Calças brancas em Janeiro, sinal de pouco dinheiro.

Cava fundo em Novembro para plantares em Janeiro.

Chuva em Janeiro e não frio, dá riqueza no estio.

Comer laranjas em Janeiro, é dar que fazer ao coveiro.

Da flor de Janeiro, ninguém enche o celeiro.

Dezembro com Junho ao desafio, traz Janeiro frio.

Em Janeiro saltinho de carneiro.

Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a chorar, se vires nevar, põe-te a cantar.

Em Janeiro uma hora por inteiro e, quem bem olhar, hora e meia há-de achar.

Em Janeiro, cada Ovelha com seu Cordeiro.

Em Janeiro, nem Galgo lebreiro, nem Açor perdigueiro.

Em Janeiro, seca a Ovelha no fumeiro.

Em Janeiro, sete capelos e um sombreiro.

Em Janeiro, um Porco ao sol e outro ao fumeiro.

Goraz de Janeiro vale dinheiro.

Janeiro fora, cresce uma hora.

Janeiro geoso e Fevereiro chuvoso fazem o ano formoso.

Janeiro molhado, se não cria o pão, cria o gado.

Janeiro molhado, se não é bom para o pão, não é mau para o gado.

Janeiro quente, traz o Diabo no ventre.

Janeiro tem uma hora por inteiro.

Luar de Janeiro não tem parceiro; mas lá vem o de Agosto que lhe dá no rosto.

Não há luar como o de Janeiro nem amor como o primeiro.

No minguante de Janeiro, corta o madeiro.

O mês de Agosto será gaiteiro, se for bonito o 1º de Janeiro.

Pintainho de Janeiro, vai com a mãe ao poleiro.

Poda-me em Janeiro, ata-me em Março e verás o que te faço.

Quem em Janeiro lavrar, tem sete pães para o jantar.

Sapato branco em Janeiro é sinal de pouco dinheiro.

Se o sapo canta em Janeiro, guarda a palha no sendeiro.

Se queres ser bom alheiro, planta alhos em Janeiro.

Se queres ser bom milheiro, faz o alqueire em Janeiro.

Seda em Janeiro, ou fantasia ou falta de dinheiro.

Verdura de Janeiro, não vai a palheiro.

Vinho verde em Janeiro, é mortalha no telheiro.

Não há luar como o de Janeiro, nem amor como o primeiro.