Na minha opinião, o rio tem um carácter fundamental na história do
livro, visto que representa a própria vida.
Siddharta identifica-se com o rio,
pois este corre sempre atrás da foz, tal como o personagem buscava o seu
próprio Eu, a paz interior. Para além disso, mostra uma particularidade
singular do rio, que estando este mesmo sempre a correr, em constante renovação,
é sempre o mesmo, isto é, apesar de a água nunca ser sempre a mesma em qualquer
parte do rio, existe sempre água. Do meu ponto de vista, esta metáfora
carateriza perfeitamente a vida, ou seja, nós temos várias fases nas nossas
vidas, tal como o rio tem vários pontos (nascente, rio pequeno, rio afluente,
foz), no entanto, todas elas são alternáveis.
Para o personagem principal, o
tempo não existe e ele baseia-se no rio para fazer tal reflexão. Indica que
para o rio, o passado e o futuro são uma só coisa que coincide com o presente,
ou seja, que no rio apenas há presente, visto que corre sempre e é sempre
igual.
Tanto no passado como no futuro,
o rio irá correr sempre da mesma maneira e no mesmo sítio e no entanto não
deixa de ter as suas etapas.
Encontra também, no fim da
história, a paz interior e o seu Eu com o rio, quando passa a amá-lo, quando
começa a amar o que é simples e natural. Aprende a escutar e a sentir a
natureza e deixa de se preocupar com doutrinas e mestres. É nesse momento,
através do rio, que finaliza a sua busca e encontra por fim a serenidade.
Em forma de conclusão, penso que
a escolha do rio, da parte do autor, foi uma escolha perfeita pois consegue
transmitir através de algo palpável, simples e natural, a mensagem principal
do livro.
David Sousa, 9º A
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