segunda-feira, 9 de julho de 2018

Sobre "Siddharta" de Herman Hesse




Na minha opinião, o rio tem um carácter fundamental na história do livro, visto que representa a própria vida.
Siddharta identifica-se com o rio, pois este corre sempre atrás da foz, tal como o personagem buscava o seu próprio Eu, a paz interior. Para além disso, mostra uma particularidade singular do rio, que estando este mesmo sempre a correr, em constante renovação, é sempre o mesmo, isto é, apesar de a água nunca ser sempre a mesma em qualquer parte do rio, existe sempre água. Do meu ponto de vista, esta metáfora carateriza perfeitamente a vida, ou seja, nós temos várias fases nas nossas vidas, tal como o rio tem vários pontos (nascente, rio pequeno, rio afluente, foz), no entanto, todas elas são alternáveis.
Para o personagem principal, o tempo não existe e ele baseia-se no rio para fazer tal reflexão. Indica que para o rio, o passado e o futuro são uma só coisa que coincide com o presente, ou seja, que no rio apenas há presente, visto que corre sempre e é sempre igual.
Tanto no passado como no futuro, o rio irá correr sempre da mesma maneira e no mesmo sítio e no entanto não deixa de ter as suas etapas.
Encontra também, no fim da história, a paz interior e o seu Eu com o rio, quando passa a amá-lo, quando começa a amar o que é simples e natural. Aprende a escutar e a sentir a natureza e deixa de se preocupar com doutrinas e mestres. É nesse momento, através do rio, que finaliza a sua busca e encontra por fim a serenidade.
Em forma de conclusão, penso que a escolha do rio, da parte do autor, foi uma escolha perfeita pois consegue transmitir através de algo palpável, simples e natural, a mensagem principal do livro.



David Sousa, 9º A

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